terça-feira, 17 de maio de 2011

O caro futebol da Série C do Rio. Clubes gastam até R$ 15 mil para inscrever jogadores

GuiaFut mostra como é difícil praticar futebol profissional no Estado do Rio


Altas taxas causam endividamento dos clubes do Rio de Janeiro

Ser um clube pequeno no Rio de Janeiro não é fácil. Ser um clube pequeno na Série C do Rio de Janeiro é mais difícil ainda. Além dos altos borderôs que são pagos a cada jogo como mandante, os clubes precisam conviver com altas taxas para registrar atletas, ou então delegar representantes junto à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). Com base nos registros de atletas da Sociedade Esportiva de Búzios, em 2011, o GuiaFut teve acesso através do site da entidade, aos valores cobrados para qualquer trâmite legal na Ferj.

Para se credenciar a participar da Série C do Campeonato Carioca, um clube profissional, já filiado, mas inativo, caso do Búzios, precisa pagar um Alvará de Funcionamento para clubes de Série C, no valor de R$ 500,00. Para conseguir este documento precisa receber a liberação do Departamento Financeiro da entidade, o famoso pedido de "nada consta". Para ter este pedido em mãos, precisa pagar uma taxa de R$ 100,00.

Feito isso, o clube está apto a se inscrever nas competições profissionais e amadoras promovidas pela Ferj. Porém, antes, precisa designar um representante para cuidar dos interesses do clube junto à Federação. Este credenciamento custa R$ 50,00, mas só é feito, após ter uma nova liberação do setor financeiro, ou seja, mais R$ 100,00.

Com o representante cadastrado na Federação, o passo agora é registrar os atletas profissionais. O Búzios contou no início da competição com 25 jogadores profissionais registrados. Para cada registro, é necessário pagar R$ 100,00 para pedir a transferência do atleta para o clube e outros R$ 150,00 para registrá-lo no Boletim Informativo de Registro de Atletas (Bira). Ou seja, R$ 3.750,00 para registrar os 25 jogadores e outros R$ 2.500,00 para ter os seus pedidos. Entretando, vale ressaltar que dos 25 jogadores, 10 vieram de outros estados, portanto, para cada um deles, é necessário pagar uma taxa de Transferência Entre Estados de R$ 500,00, traduzindo: mais R$ 5.000,00.

Até agora, só com registro dos 25 atletas profissionais, foram gastos R$ 11.250,00, além de R$ 750,00 para os processos de regularização do clube junto à Ferj. 

Agora, o clube precisa definir um campo onde mandará seus jogos e solicitar uma vistoria. Para isso, precisa de um documento da Federação, para eu solicita aos órgãos de segurança as vistorias. Para clubes da Série C, a Ferj cobra R$ 1.000,00 para emití-lo, mas antes, precisa do aval do setor financeiro: mais um pedido de nada consta. Como o Búzios mandava seus jogos em Arraial do Cabo e no Alair Corrêa, não precisou pagar esta taxa, porém, na segunda fase, está jogando em Búzios e pagou por ela. Ainda precisou pegar o atestado da vistoria, que a Ferj o emite após o pagamento de R$ 100,00, tendo antes, um documento de "nada consta".

Ou seja, para definir onde jogará, pagou R$ 1.300,00. Como ainda transferiu seus jogos em diversas oportunidades: uma vez de Arraial do Cabo para Cabo Frio, uma vez de Cabo Frio para Arraial do Cabo e três vezes de Arraial do Cabo para Búzios, o clube pagou R$ 300,00 para cada pedido, ou seja: R$ 1.500,00.

Até agora o clube gastou em reais: 11.250 para registros de atletas; 750 para regularização; 1.300 para definir onde jogará e outros 1.500,00 para transferências de jogos: R$ 14.800.

Mas ainda não acabou. Por força de regulamento, os clubes são obrigados a jogar também as categorias de juniores e juvenil. O pedido de transferência de um atleta amador e o de registro, somados são de R$ 50,00. Como os clubes filiam 25 atletas para cada categoria, ao todo, 50 jogadores amadores precisam ser registrados, ou seja, mais R$ 2.500.

Fazendo as contas, só de burocracia, os clubes da Série C do Campeonato Carioca gastam aproximadamente R$ 17.3000,00. Lembrando, que os times ainda precisam pagar salários de comissão técnica e jogadores profissionais e comissão técnica de juniores e juvenil, além é claro dos borderôs, que se contarmos só a primeira fase, foram cinco, que ficam em média, com cerca de R$ 4.000,00.

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